quinta-feira, 26 de julho de 2012

:: Vamos sonhar???

A partir de sábado todo o trabalho de quatro anos será colocado à prova. Vamos ignorar o que é dito no entorno de nossas seleções e focar nas reais possibilidades de ambas dentro de quadra.

Não são favoritos!!

Vejo alguns comentaristas defender a tese de que a Seleção Feminina de Voley (SFV) tem um caminho mais árduo para se chegar ao Bi olímpico. Discordo! Pra mim isso soa mais como “preparar o terreno para um possível revés da Seleção Masculina (SMV)”, tipo se eles voltarem de lá com um resultado “pior” do que o feminino esta dentro no normal, caso não mérito deles. Mas deixo claro que isso vem de alguns comentaristas e não dos atletas, ou até mesmo da CBV.

Não vejo diferença em termos de dificuldade. Quem quer ser campeão olímpico não escolhe adversário. E tanto a SFV como a SMV sabem disso. Nossos adversários se preparam muito para nos enfrentar. Porque são conscientes de que esse “mau momento” que nossas seleções vivem pode muito bem acabar durante a competição.

As “apostas” feitas por Zé Roberto e Bernardinho podem muito bem se tornar realidade e ai o que parecia ser uma modesta participação nos jogos de Londres nos lança novamente ao posto de favoritos, o país a ser batido.

Mas para isso acontecer as “surpresas” prometidas tem que se materializar! Virar boas apresentações durante a fase de classificação, para entrarmos na fase do “mata-mata” com confiança.

A aposta de Bernardinho

Na SMV é importante que Dante volte a jogar o seu melhor. Com Murilo e Giba a meio-serviço Dante será o fiel da balança. Thiago Alves pode muito bem ganhar a titularidade no decorrer da competição. Vissoto tem uma sombra no banco, Wallace. No meio Sidão e Lucão devem ser os titulares. Apesar de Bruninho aparecer como provável titular, Ricardinho deverá ser bastante acionado. O banco pode definir o futuro da SMV durante a competição, mais do que os eventuais adversários.

Na SFV por mais que se tem falado em Natalia, não podemos ser inocentes. Nosso desempenho está diretamente ligado às atuações de Sheilla, Thaisa e Fabiana. São essas atacantes que podem fazer a diferença. Fernandinha começa jogando, mas Dani Lins esta confiante e como tem um jogo “diferente”, num dado momento pode ser a melhor opção.

Ver Paula jogando melhor a cada dia é um alento. Ter uma Jaqueline madura é ótimo. Mas tudo isso pode cair por terra se o passe do Brasil não sair. Sem passe não jogamos com o meio e ficamos dependentes de Sheilla. Tanto Garay, Paula e Jaque atualmente são atacantes para dar volume de jogo, talvez surja ai a grande chance de Tandara. Já que como oposta a possibilidade de jogar é mínima ela poderá ser a “solução” para a ponta.

Natalia em forma é uma arma letal! Mas como a atual condição dela é um mistério teremos que esperar. E como no masculino o futuro da SFV na competição esta ligado ao banco.

A aposta de Zé Roberto

Nossos técnicos fizeram escolhas arriscadas para buscar o ouro!

Os especialistas sem mostram nesse primeiro momento alinhados as comissões técnicas, apoiando as escolhas. Mas já viram né? Para eles mudarem de ideia durante a competição caso as escolhas não derem em nada não custa.

De real vale sonhar! Temos valores individuais em nossas seleções quem nos fazem sonhar voltar de Londres com duas medalhas de ouro, mas isso precisa refletir em conjunto.

Vamos torcer para que o sonho vire realidade!

sexta-feira, 13 de julho de 2012

:: Cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é

Vamos exercer aqui o que mais se tem feito nesses dias onde as equipes para Londres estão sendo definidas: o exercício do achismo, a “achismologia”, uma nova “ciência” que esta sendo exercida por todos sem qualquer compromisso.

A frase que dá título ao texto foi retirada da canção “O Dom de Iludir” de Caetano Veloso. Por conta desses dias tumultuados, vamos a algumas reflexões. Do que foi dito e não dito; feito e desfeito; escrito, descrito, editado e apagado; as juras feitas; as promessas quebradas....  TUDO que vimos e ouvimos

Vamos pensando na maestria deste trecho da canção de Caetano. Quantas vezes não somos persuadidos e confrontados a mudar nosso jeito de ser, como se tivéssemos que anular a nós mesmos, descaracterizando nosso eu; como se fossemos seres com defeito de fabricação, não dignos de merecer algo, criticados por não ter determinada virtude ou comportamento, açoitados pela necessidade de seguir um padrão de domesticação que não tem nada a ver com o que queremos.

Caetano tem razão, "cada um sabe a dor e a delícia de ser o que é". Não há maior liberdade do que ser nós mesmos, com delícias e dores. Mas e o preço a se pagar por ser livre? Ir contra o pré-estabelecido? Desafiar os costumes? Quebrar paradigmas? Impor suas vontades e/ou desejos?

Por isso vamos à outra máxima: “Cada escolha implica em uma renúncia”, mais do que outra frase solta trata-se de uma doutrina filosófica. Me explicou o Wikipédia: “A existência do livre-arbítrio tem sido uma questão central na história da filosofia e na história da ciência. O conceito de livre-arbítrio tem implicações religiosas, morais, psicológicas e científicas. Por exemplo, no domínio religioso o livre-arbítrio pode implicar que uma divindade onipotente não imponha seu poder sobre a vontade e as escolhas individuais. Em ética, o livre-arbítrio pode implicar que os indivíduos possam ser considerados moralmente responsáveis pelas suas ações. Em psicologia, ele implica que a mente controla certas ações do corpo.” Ufa! Complexo né!

Mas tem uma frase de um poeta português, que é profética. Fernando Pessoa disse:  “navegar é preciso, viver não é preciso”. Pessoa ao mesmo tempo em que lança uma sentença sobre a condição do homem, dialoga ricamente com a tradição histórica dos portugueses na exploração dos mares.

Três frases, três pensadores a mesma essência: somos julgados o tempo todo por nossas ações, escolhas, atitudes. Julgam-nos por nossos dogmas religiosos, por nossas escolhas afetivas, pela cor da nossa pele, pelos erros que cometemos e pelos acertos também.

Vivemos o tempo todo sob a sombra da expectativa do outro. Somos pegos moldando nossas ações em virtude do que o outro vai achar. Às vezes nos surpreendemos quando o outro não aceita/concorda com nossas decisões. Como se precisássemos de um aval.

Se na infância nos entregamos aos acontecimentos da vida, vivendo sem o compromisso de nos adequar ao que o outro quer, no decorre dos anos, deixamos de ser tão ingênuos, e a vida trata de nos ensinar que temos que ser expertos, camaleões para viver.

É melhor quando resgatamos um pouco da ingenuidade infantil. A letra da música de Caetano continua “você está, você é, você faz, você quer, você tem”. Somos responsáveis por estar, ser, fazer, querer, e ter, o que deseja.  Sendo o melhor e/ou o pior em nossas vidas a felicidade esta em nossas mãos!

As escolhas foram feitas, o expediente do livre-arbítrio foi usado, decisões foram tomadas. Não agradaram a todos e nem agradaria. A cada personagem dessa história caberá responder por seus atos, o tempo cuidará que tudo ao seu compasso se acomode e tome na história a importância que deve ter.


A jornada profissional dos cortados das seleções de vôlei para defender o Brasil em Londres, foi construída por suas escolhas, por suas atitudes e por suas ações. Se eles vivem bem com elas não é problema nosso.

Só eles sabem a dor e a delícia que foi construir a sua trajetória, só eles sabem o que tiverem de renunciar para viver o sonho e o quão turbulentas essas águas podem ser ao escolher navega-las.

A todos fica nosso respeito e nossa admiração. Aos que encerram um ciclo o nosso muito obrigado por terem defendido nosso país, e nunca desonra-lo. Aos que ainda tem lenha para queimar digo: “força”... serão recompensados no fim pela dedicação.

Aos que acham que o fim foi bucólico ou decepcionante deixo mais uma citação: “Se um sonho cair e se quebrar em mil partes, não tenha medo de pegar uma delas e começar novamente.” Mesmo que seja um novo começo de um novo ciclo na sua vida.

A escolha de ser livre é sempre sua!

quarta-feira, 11 de julho de 2012

O corte de Marianne



Bem, como posso começar?

Não sou uma grande fã de Mari, nem tampouco uma admiradora de seu voleibol. Não acompanhei seu auge como oposta, nem sua transição como ponteira. Talvez Cristine fosse a melhor escolha para escrever sobre o ocorrido. Mais vou palpitar e escrever o que penso sobre o caso.

Já esperava, ou na verdade queria esse corte. No fundo não imaginava que pudesse ocorrer de fato. Marianne não tem apresentado seu melhor voleibol, juntamente com outras jogadoras, desde o fim da Olimpíada de Pequim. São Caetano foi uma lástima. No Rio me lembro de um jogo, apenas um jogo, que realmente me surpreendi com sua atuação. Foi o pico (e único momento) de esperança do retorno de seu alto voleibol. Mais esse, não ocorreu.

A jogadora teve suas chances, e acredito que muitas, até, para mostrar na seleção que realmente queria ir a Londres. Sua maior chance foi na primeira fase do Grand Prix, sem ter a sombra de Sheilla ao lado: iniciando como titular e oposta. Não correspondeu às expectativas. Perdeu espaço. Em outras fases do campeonato, entrando na inversão do 5x1, ora entrava em boa forma, ora voltava a não corresponder ao que se esperava. Irregular, essa seria a palavra.

Mais vamos de fato ao corte. Dispensar Steinbrecher e permanecer com Zílio, a 8 meses sem jogar é um erro. Talvez só mais um erro, dentre tantos que se fazem presentes durante todo esse ciclo, sendo que a cada dia que se passa e a Olimpíada se aproxima, mais visível ao público esses se tornam.

Não sei o que esperar dos dois próximos cortes. Tandara e Brait? Não sei o que se passa na cabeça de José Roberto, ou sabe-se lá quem, que decide de fato quem vai ou fica. Pode ser uma “surpresa”. Sei mesmo é que gostaria que as jogadoras que tenho admiração ficassem fora disso e vissem o vexame de fora, em suas casas.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

O corte de Fabíola

Uma dor imensa se abateu em mim e acredito que em muitos, na noite dessa terça feira.

Recebi um sms da Marina Amaral, dizendo que Zé Roberto havia dispensado Fabíola e Juciely no saguão do aeroporto. Minha reação foi de não acreditar. Provavelmente era apenas um engano. Tive que ler e reler o nome “Fabíola” diversas vezes. O desespero se fez presente. Fui procurar fontes e não me contive ao abrir o site Saque Viagem e lá estar enorme o nome e a foto de Fabíola, juntamente com os nomes “fora dos jogos de Londres”.

Choro intenso, soluços, eu posso descrever.

É extremamente triste você acompanhar uma atleta, saber das dificuldades e toda a luta que ela passou durante esses 4 anos. Sim, foram 4 anos  e não 4 dias, ou meses. Foram contusões, bons e maus momentos, crescimentos (e muitos), privações, garra, dedicação, luta.

Isso tudo dói, mais o que dói mesmo é pensar na dor que Fabíola deve ter sentido ao receber a notícia. É imaginar quais os critérios utilizados para esse corte. É ver uma carreira que pode ser prejudicada com uma atitude de um técnico. É ler a notícia de um mês atrás que diz: “Fabíola renova com Sollys/Nestlé e garante viver seu melhor momento na carreira”, e pensar: e agora?

 

Acordei hoje e pensei que tivesse tido um pesadelo terrível, infelizmente aos poucos me dei conta que não fora um mero sonho ruim. É real. É triste.

Como disse Marina, sorte que ela tem fé. Como dizem meus professores, ser atleta não é humano.


Que Fabíola se sinta abraçada nesse momento, porque sua família, seus verdadeiros amigos e admiradores estão contigo.

“Ergue essa cabeça mete o pé e vai na fé
Manda essa tristeza embora
Basta acreditar que um novo dia vai raiar
Sua hora vai chegar"
(Tá escrito - Revelação)



domingo, 1 de julho de 2012

:: Tudo pode ser, só basta acreditar

Não deu! Pela 3ª vez consecutiva a equipe americana é campeã do Grand Prix (GP). O Brasil perdeu a chance do 9º título na 1ª partida, quando sucumbiu ao EUA. O time americano não foi com suas estrelas para a fase final, ao contrário do Brasil que ainda busca um time ideal.

A caminhada para o bi-olímpico em Londres está difícil, mas não impossível. Não tem porque ainda jogar a toalha e achar que tudo esta perdido. José Roberto Guimarães (ZRG) tem menos de 30 para achar/corrigir/amenizar os problemas e assim estrear em Londres.

Do Brasil das duas primeiras rodadas para esse da fase final houve uma melhora no contexto geral, mas longe do que já se viu essa equipe jogar. Fernandinha levou pouco tempo para colocar Fabiola no banco. Fabiola e Dani Lins brigam pelo banco (porque eu ainda não descarto Dani Lins).

Fonte: FIVB

Na ponta não se tem nada definido, Garay, Paula e Jaqueline alternaram bons e maus momentos deixando em aberto quem serão as titulares. No meio só Thaisa é absoluta, Fabiana já não é mais inquestionável, Adenízia pode vencer o duelo.

No duelo entre Fabi e Camila, é possível que vença a experiência de Fabi. Camila vai ter que esperar 2016, caso ZRG não opte por levar duas líberos. Não sei se é prudente deixar de levar mais uma atacante, já que na ponta a instabilidade é visível. Sassá pode entrar ai? Mas e Tandara com Daroit? Se for para escolher uma das 3 ZRG deve ficar com a Sassá, por ter um bom passe. Natalia eu acho que vai só por um milagre. Mas milagres existem, vamos acompanhar.

Talvez a melhor notícia do GP para o Brasil tenha sido Sheilla. Mesmo que ainda distante da Sheilla de outras temporadas, ela parece ter reencontrado seu vôlei, ótimo para o Brasil. Mas que o Brasil não cai no lugar comum, ficando refém de boas atuações dela. Mari limitada fisicamente e em virtude da complicada temporada que teve, é reserva da Sheilla e ponto. Mas com as ponteiras instáveis, Mari pode muito bem pintar de ponteira.

Tanto ZRG como Mari já declararam que a lesão no dedo dificulta na recepção, então o Brasil ficar passando com apenas duas é arriscado. Muito ser esperar dela, mas não sei até que ponto essa cobrança ajuda.

Entre concordar ou discordar com as decisões do ZRG, não podemos ignorar o trabalho feito por ele e a equipe técnica. Vamos continuar acreditando e torcendo para que ele ache a melhor formação, e que todas as meninas achem seu melhor jogo.

Mesmo que o cenário hoje não seja favorável, nos já vimos essas meninas saírem de situações piores. Por isso acho que tudo pode ser só basta acreditar. Londres tá aí e por mais que não sejamos os favoritos, podemos sim chegar lá e surpreender.