sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

::CITIUS, ALTIUS, FORTIUS!!!

Não sou jornalista, sou torcedora! Sim, começo assim esse texto, porque darei aqui o meu depoimento de torcedora, de amante do esporte, onde é a emoção falando, estou espontaneamente expondo minha a opinião.

Sou de um tempo que tudo nesse país praticamente girava em torno de futebol, a “pátria de chuteiras”. Mas isso mudou, graças a Deus, mudou principalmente pelos atletas incríveis e guerreiros que temos, pelas iniciativas de empresas particulares, federações....enfim mudou. Hoje somos o país do futebol, do voley, da natação, do salto com vara, do remo, basquete, da ginástica, da formula 1(F1), do tênis, do handebol, do surf.... de esportes olímpicos e não olímpicos. Somos inclusive um país paraolímpico! Estamos nessa década respirando esporte, pois vamos receber os dois maiores eventos esportivos da Via Láctea.

E daí? Daí que em meio a denúncias de farras com o dinheiro público, destinado as obras da Copa do Mundo e da Olímpiada, temos ainda o desgosto de ler denúncias que vão desde: venda de campeonatos, extorsão, tráfico de influência, manipulação de resultados, etc etc etc....É tanta gente envolvida que passa de ridículo a situação.

Já venho a tempos me perguntando: “Pra que eu vou ver um jogo se ele pode muito bem estar vendido?” Isso mesmo vendido. “Pra que eu vou acordar cedo?”, se o que vai prevalecer e o “jogo de equipe”. Isso quando não usam o “vamos jogar com o regulamento debaixo do braço” e me entregam o jogo descaradamente.

Infelizmente não tenho como estampar minha indignação sem colocar todos (clubes, dirigentes, atletas, árbitros, federações, confederações, fiscais, etc) numa mesma bacia, mas que fique registrado pra mim os bons são maioria. Não sou romântica! Foi-se o tempo que esporte era entretenimento, esporte HOJE é negócio, dinheiro.

Mas pra que regra então? Pra que tabela? Coloca os torneios, campeonatos, ligas num leilão... quem der o maior lance leva!! Contrato um leiloeiro, marca um dia, chama torcida, coloca todos os patrocinadores numa amplo salão e vamos lá pra guerra.

Exigem profissionalismo dos atletas! Acordar cedo, comer direito, sem noitada, sem mulher na concentração, sem isso, sem aquilo... pra que? Eles não podem reclamar do regulamento, da arbitragem. Não podem ter opinião? São praticamente ignorados no processo.

A impressão que eu tenho que tudo parece ser decidido fora do campo, do tatame, da pista, da quadra. Tem sempre um grupo de investidores! Aprendi uma lição com meu avô recentemente “Atrás de um grupo, tem sempre outro grupo. E tem sempre alguém ganhando e nunca é você.”

O lema Olímpico Citius, Altius, Fortius (O mais rápido, o mais alto, o mais forte) proposto pelo Barão Pierre de Coubertin, parece ter ficado no tempo. Deu lugar a outros “adjetivos”: o mais jovem, o mais rentável, o mais bonito, o mais simpático, o mais maleável, etc...

Hoje tem torcida que parece mandar mais no clube do que o próprio presidente. Tem torcida que não merece os dirigentes que tem, e tem time que não merece a torcida que tem. Estatuto do Torcedor? Jogos são alterados sem aviso, ingressos com valores abusivos. Os jogos que passam na TV sempre seguem um “critério”, critério amplamente discutido e amarrado a contratos milionários.

Como disse não sou romântica! Não vivemos mais nos tempos dos Jogos Olímpicos da Antiguidade. Sei que para o esporte de alto-desempenho é imprescindível que haja resultado, para isso precisa ter patrocínio, que precisa ter seu investimento recuperado, que precisa de visibilidade, etc....

Mas o que faz o esporte ser tão envolvente, apaixonante, que faz um país inteiro parar, acordar de madrugada, é porque ele é imprevisível, por mais que possa parecer previsível. Quantos sets perdidos foram virados? Quantas defesas valeram mais que um gol? Quantas histórias de superação foram escritas? Quantos ídolos viraram lendas? Quantos vilões se transforam heróis?

O mundo dos negócios invariavelmente busca nos esportes exemplos de motivação, excelência, superação, de como trabalhar em equipe. O esporte passa importantes ensinamentos: “tudo que vem fácil, vai fácil”; “sucesso só vem na frente do trabalho no dicionário”; “se cair, levante, recomece”, etc...

Tudo parecer estar sendo infestado pelo conchavo, pela Lei de Gerson, pela corrupção (a redundância é de propósito).

Aos de conduta correta, ética peço meu perdão, longe de mim ofende-los, ou julga-los, mas eu como torcedora jogo a toalha e acuso o golpe.