sexta-feira, 10 de agosto de 2012

:: Aberta a temporada!!

Eu gosto de esporte, sempre gostei e pratiquei. Meus pais sempre me incentivaram. Já fui goleira de handebol, ala no basquete, levantadora no voley, até nadadora de prova rápida, rsrs... fora os anos de invencibilidade no tênis de mesa... rsrs. E não posso esquecer de minhas investidas na peteca... rsrsrs.

Tenho muitas medalhas guardadas, e tenho orgulho de cada uma delas. Curiosidade: Quando o professor vinha distribuindo o uniforme era engraçado, porque eu sempre ficava com a 13. Explico: como todo mundo acha que o número da azar, a 13 era a menos usada, consequentemente era a camisa mais nova e eventualmente a mais cheirosa... kkkkk. Em meus sonhos eu já fui a Ana Moser, a Ana Paula, a Venturini, a Hortencia, a Paula, a Karina (aaa quem vai lembrar dessa argentina???), já inclusive sonhei (pasmem) que seria a primeira brasileira a ganhar uma medalha em uma olimpíada no tênis de mesa..... kkkkk

Apesar de ser apaixonada por voley, eu sempre joguei mais basquete. Numas dessas vezes, me recordo de minha mãe me ajudando a convencer meu pai a deixar que eu fosse para o Joju (Jogos da Juventude). O argumento dela não poderia ser mais maternal: “Deixe ela ir... deixa ela ver o que é viver longe da gente, tendo que se virar sozinha. Ela vai com as amigas, no mínimo vai se divertir... prefiro ela jogando basquete do que por aí sem rumo”.

O esporte é um importante instrumento de educação, aprendi importantes lições. A primeira e a mais importante foi: tanto faz ser negro ou branco; baixou ou alto; gordo ou magro; loiro ou moreno; menino ou menina... somos iguais e respeitar seus adversário é obrigação. No dia-a-dia não é diferente né? Outra lição: um dia pode dar tudo certo, e no outro dar tudo errado. Nem sempre vencemos, nem sempre tudo da certo, e saber perder é importante, mas talvez não mais do que saber ganhar.

Com isso da pra imaginar minha empolgação com Londres né. Confesso que em alguns casos não faço questão de ser muito imparcial ou consequente. Não sou especialista, jornalista, sou público, torcedora.... com esse expediente me dou o direito de opinar que iremos fazer uma abertura mais emocionante do que essa de Londres. De todas que vi, Barcelona foi a que mais me emocionou, o mar em pleno estádio olímpico com caravelas contando a história das grandes navegações espanholas. Athenas foi linda também, mas não me cativou tanto.

Mas o que me incomoda é a abertura da temporada “atletas olímpicos brasileiros são em sua maioria amarelões”. E daí a enxurrada de criticas negativas, agressões gratuitas, viram uma bola de neve. Mas que tradição olímpica é essa que foi construída, que simplesmente passou batido por mim? A maioria que esta em Londres seriam todos perdedores? Amarelões? Inúteis? Eu parto do principio que qualquer atleta que vá disputar uma olimpíada pode não ser o melhor do mundo, mas faz parte da elite. E meus queridos, ser da elite em qualquer coisa é para poucos.

Em nosso país a cultura futebolística, nos impõe partidas de futebol o que? Umas três, duas vezes por semana na televisão, em horário nobre em vários canais, programas onde só se fala de futebol. Enquanto os demais esportes ficam a margem dessa exposição. Quem tem canal a cabo é um privilegiado, mas nem tanto.

Ficando fora dos holofotes os atletas vão para as suas competições sendo ignorados pelo público e pela mídia. Mas daí vem uma Olimpíada e com ela todos os holofotes, em forma de cobrança de uma nação. E ai amigos nem Freud resolve isso.

Se jogador de futebol que é celebridade em tempo integral, me perde pênalti em fim de campeonato pense em alguém que passa anos sendo ignorado e de repente tem um peso de 200 milhões de pessoas para carregar?

Se o Brasil sonha em ser uma potencia olímpica, que passe a pensar nos atletas com mais frequência. Criando politicas esportivas que justifique no fim tanta cobrança. Por que no esporte de alto rendimento o lema olímpico “o importante não é ganhar e sim participar” passa longe. O que vale é resultado!

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