Tenho muitas medalhas guardadas,
e tenho orgulho de cada uma delas. Curiosidade: Quando o professor vinha
distribuindo o uniforme era engraçado, porque eu sempre ficava com a 13.
Explico: como todo mundo acha que o número da azar, a 13 era a menos usada,
consequentemente era a camisa mais nova e eventualmente a mais cheirosa...
kkkkk. Em meus sonhos eu já fui a Ana Moser, a Ana Paula, a Venturini, a
Hortencia, a Paula, a Karina (aaa quem vai lembrar dessa argentina???), já
inclusive sonhei (pasmem) que seria a primeira brasileira a ganhar uma medalha
em uma olimpíada no tênis de mesa..... kkkkk
Apesar de ser apaixonada por
voley, eu sempre joguei mais basquete. Numas dessas vezes, me recordo de minha
mãe me ajudando a convencer meu pai a deixar que eu fosse para o Joju (Jogos da
Juventude). O argumento dela não poderia ser mais maternal: “Deixe ela ir...
deixa ela ver o que é viver longe da gente, tendo que se virar sozinha. Ela vai
com as amigas, no mínimo vai se divertir... prefiro ela jogando basquete do que
por aí sem rumo”.
O esporte é um importante
instrumento de educação, aprendi importantes lições. A primeira e a mais importante
foi: tanto faz ser negro ou branco; baixou ou alto; gordo ou magro; loiro ou
moreno; menino ou menina... somos iguais e respeitar seus adversário é
obrigação. No dia-a-dia não é diferente né? Outra lição: um dia pode dar tudo
certo, e no outro dar tudo errado. Nem sempre vencemos, nem sempre tudo da
certo, e saber perder é importante, mas talvez não mais do que saber ganhar.
Com isso da pra imaginar minha
empolgação com Londres né. Confesso que em alguns casos não faço questão de ser
muito imparcial ou consequente. Não sou especialista, jornalista, sou público,
torcedora.... com esse expediente me dou o direito de opinar que iremos fazer
uma abertura mais emocionante do que essa de Londres. De todas que vi,
Barcelona foi a que mais me emocionou, o mar em pleno estádio olímpico com
caravelas contando a história das grandes navegações espanholas. Athenas foi
linda também, mas não me cativou tanto.
Mas o que me incomoda é a
abertura da temporada “atletas olímpicos brasileiros são em sua maioria
amarelões”. E daí a enxurrada de criticas negativas, agressões gratuitas, viram
uma bola de neve. Mas que tradição olímpica é essa que foi construída, que
simplesmente passou batido por mim? A maioria que esta em Londres seriam todos
perdedores? Amarelões? Inúteis? Eu parto do principio que qualquer atleta que
vá disputar uma olimpíada pode não ser o melhor do mundo, mas faz parte da
elite. E meus queridos, ser da elite em qualquer coisa é para poucos.
Em nosso país a cultura
futebolística, nos impõe partidas de futebol o que? Umas três, duas vezes por
semana na televisão, em horário nobre em vários canais, programas onde só se
fala de futebol. Enquanto os demais esportes ficam a margem dessa exposição.
Quem tem canal a cabo é um privilegiado, mas nem tanto.
Ficando fora dos holofotes os atletas
vão para as suas competições sendo ignorados pelo público e pela mídia. Mas daí
vem uma Olimpíada e com ela todos os holofotes, em forma de cobrança de uma
nação. E ai amigos nem Freud resolve isso.
Se jogador de futebol que é
celebridade em tempo integral, me perde pênalti em fim de campeonato pense em
alguém que passa anos sendo ignorado e de repente tem um peso de 200 milhões de
pessoas para carregar?
Se o Brasil sonha em ser uma
potencia olímpica, que passe a pensar nos atletas com mais frequência. Criando
politicas esportivas que justifique no fim tanta cobrança. Por que no esporte
de alto rendimento o lema olímpico “o importante não é ganhar e sim participar”
passa longe. O que vale é resultado!
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