sábado, 11 de agosto de 2012

:: Somos Bi - O ouro é nosso!!!

De Jorge Amado à Bruna Surfistinha, do mais talentoso dos redatores de “blockbuster” americanos a amadores como eu. Nem todos os vencedores do Nobel de Literatura. Nenhum de nós poderia escrever um enredo como esse.

“Parecia improvável antes da Olimpíada. Parecia impossível durante a Olimpíada. Parecia ainda mais impossível após primeiro set”. Mas a trajetória de um atleta se confunde com a de um herói. Para o esporte não existem limites. O atleta é sempre levado a ultrapassar seus.

“Esse time mereceu ser criticado em vários jogos da Olimpíada. Mas merece ser muito elogiado por ter conseguido reagir.” “Se em Pequim, o Brasil foi soberano na campanha pelo ouro. Em Londres, soube sair do fundo do poço.” Merecem muitos elogios, alias todos os elogios!

Globo Esporte

Com a Seleção Feminina de Voley (SFV) é sempre 8 ou 80. Saímos de uma quase desclassificação prematura ainda na fase de grupos, para um jogo épico contra as Russas, não tomamos conhecimento das Japonesas na semi, e chegamos a uma final com um 1º set de um 25x11 contra para uma medalha de Ouro.

A personagem desse time é Dani Lins, de um corte dado como certo durante o Grand Prix, para a titularidade absoluta em Londres. E acabou sendo a melhor jogadora do Brasil em Londres!

Essa SFV silenciou muitos, mas soltou o grito de muitos mais. Agora é hora de parabenizar, reflexões mais profundas ficam para depois.

Rumo ao Tri-Olímpico em 2016!!!

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

:: Aberta a temporada!!

Eu gosto de esporte, sempre gostei e pratiquei. Meus pais sempre me incentivaram. Já fui goleira de handebol, ala no basquete, levantadora no voley, até nadadora de prova rápida, rsrs... fora os anos de invencibilidade no tênis de mesa... rsrs. E não posso esquecer de minhas investidas na peteca... rsrsrs.

Tenho muitas medalhas guardadas, e tenho orgulho de cada uma delas. Curiosidade: Quando o professor vinha distribuindo o uniforme era engraçado, porque eu sempre ficava com a 13. Explico: como todo mundo acha que o número da azar, a 13 era a menos usada, consequentemente era a camisa mais nova e eventualmente a mais cheirosa... kkkkk. Em meus sonhos eu já fui a Ana Moser, a Ana Paula, a Venturini, a Hortencia, a Paula, a Karina (aaa quem vai lembrar dessa argentina???), já inclusive sonhei (pasmem) que seria a primeira brasileira a ganhar uma medalha em uma olimpíada no tênis de mesa..... kkkkk

Apesar de ser apaixonada por voley, eu sempre joguei mais basquete. Numas dessas vezes, me recordo de minha mãe me ajudando a convencer meu pai a deixar que eu fosse para o Joju (Jogos da Juventude). O argumento dela não poderia ser mais maternal: “Deixe ela ir... deixa ela ver o que é viver longe da gente, tendo que se virar sozinha. Ela vai com as amigas, no mínimo vai se divertir... prefiro ela jogando basquete do que por aí sem rumo”.

O esporte é um importante instrumento de educação, aprendi importantes lições. A primeira e a mais importante foi: tanto faz ser negro ou branco; baixou ou alto; gordo ou magro; loiro ou moreno; menino ou menina... somos iguais e respeitar seus adversário é obrigação. No dia-a-dia não é diferente né? Outra lição: um dia pode dar tudo certo, e no outro dar tudo errado. Nem sempre vencemos, nem sempre tudo da certo, e saber perder é importante, mas talvez não mais do que saber ganhar.

Com isso da pra imaginar minha empolgação com Londres né. Confesso que em alguns casos não faço questão de ser muito imparcial ou consequente. Não sou especialista, jornalista, sou público, torcedora.... com esse expediente me dou o direito de opinar que iremos fazer uma abertura mais emocionante do que essa de Londres. De todas que vi, Barcelona foi a que mais me emocionou, o mar em pleno estádio olímpico com caravelas contando a história das grandes navegações espanholas. Athenas foi linda também, mas não me cativou tanto.

Mas o que me incomoda é a abertura da temporada “atletas olímpicos brasileiros são em sua maioria amarelões”. E daí a enxurrada de criticas negativas, agressões gratuitas, viram uma bola de neve. Mas que tradição olímpica é essa que foi construída, que simplesmente passou batido por mim? A maioria que esta em Londres seriam todos perdedores? Amarelões? Inúteis? Eu parto do principio que qualquer atleta que vá disputar uma olimpíada pode não ser o melhor do mundo, mas faz parte da elite. E meus queridos, ser da elite em qualquer coisa é para poucos.

Em nosso país a cultura futebolística, nos impõe partidas de futebol o que? Umas três, duas vezes por semana na televisão, em horário nobre em vários canais, programas onde só se fala de futebol. Enquanto os demais esportes ficam a margem dessa exposição. Quem tem canal a cabo é um privilegiado, mas nem tanto.

Ficando fora dos holofotes os atletas vão para as suas competições sendo ignorados pelo público e pela mídia. Mas daí vem uma Olimpíada e com ela todos os holofotes, em forma de cobrança de uma nação. E ai amigos nem Freud resolve isso.

Se jogador de futebol que é celebridade em tempo integral, me perde pênalti em fim de campeonato pense em alguém que passa anos sendo ignorado e de repente tem um peso de 200 milhões de pessoas para carregar?

Se o Brasil sonha em ser uma potencia olímpica, que passe a pensar nos atletas com mais frequência. Criando politicas esportivas que justifique no fim tanta cobrança. Por que no esporte de alto rendimento o lema olímpico “o importante não é ganhar e sim participar” passa longe. O que vale é resultado!

sábado, 4 de agosto de 2012

:: O preço da pilha errada

Pra mim em esporte coletivo, se perde e se ganha junto, sempre no plural. Foi o craque que virou a bola, ótimo! Mas quem recebeu? Quem levantou? Vôlei é um esporte extremamente coletivo.

Faço aqui uma confissão, me causou estranheza ao ler a insinuação “todo mundo contra nós”. Todo mundo?

Vou dizer uma coisa gente que torce contra não perde tempo torcendo, não acorda de madrugada, não fica feliz com nada, apenas desdenha, corneta por pura cornetagem. Piadinha, zoação, cobranças vão existir sempre....aceitem! A diferença é o que se faz com elas. Fechar a cara e achar injusto é uma opção, mas não seria melhor usar de combustível para mostrar para esse “todo mundo” que estão errados? E no final soltar (de novo) um belo SHIUUU???

Eu acompanho o vôlei há muito tempo, sigo a Superliga, a temporada das seleções, e não sou só eu, é muuuuuita gente. Muuuita gente que acredita no Brasil. Eu acredito tanto que acordei as 5h30 da manhã para ver Brasil x China no feminino, assim como passei os últimos quatro anos acordando de madrugada para ver o Grand Prix.

Torcedor de verdade não liga pra título quando vê em quadra briga, entrega, determinação, vontade, raça, brio. Basta lembrar que a Seleção Feminina ao voltar do Mundial de 2010 ao desembarcar foi recebida com aplausos. Sabe por quê? Perdeu é verdade, mas perdeu em pé, lutando.

Os torcedores que acompanharam vocês nesses quatro anos esperam a mesma postura do Mundial. Se isso for suficiente para trazer uma medalha, ótimo. Se não for paciência porque não se vence sempre, e temos que ponderar que os adversários também treinaram, e dias ruins acontecem.

Eu critico sim, mas sei elogiar também. Nesse jogo que eu acordei às 5h30 da Seleção Feminina contra a China eu as reconhecia em quadra. Aquela sim é a seleção que conheço guerreira, com brio. O choro da Thaisa no banco foi sintomático, a prova descarada de quem sabe que pode mais.

A essência das críticas é sobre isso, e isso não se trata de torcida contra. Eu não torço contra meu país, eu não torço contra vocês, não desejo que aconteça um desastre, ou uma péssima campanha. Eu não quero ver vocês passando por um novo 2004. Vocês acham que torcedor não sofre junto? Que não chora junto? Estão pilhando vocês com a pilha errada. Não caiam nessa! Vocês são melhores do que isso!

O fato do brasileiro culturalmente não aceitar ser menos de que campeão, e de que a cada Olimpíada se abre a temporada “atletas olímpicos brasileiros são em sua maioria amarelões”, não pode interferir no que vocês almejam. Eu aprendi com o Ayrton Sena “Minha melhor resposta será na pista”.

Mudem o discurso que deram a vocês pra decorar, porque não combina com a Seleção que eu conheço e que defendo quando alguém fala algo sem propósito.

Mesmo que vocês não passem de fase meu respeito por vocês não vai diminuir. Se passei da conta minhas desculpas, se servir de alguma coisa ótimo, se não valer de nada está valendo também. Porque eu não gostei de ser colocada no grupo de “todo mundo contra nós”. Porque  “todo mundo” é muita gente e eu não estou nessa vibe.